quarta-feira, julho 28, 2010

Uma estética para corpos mutantes

                                                                                                                             Edvaldo Souza Couto




Edvaldo Couto discute nesse texto sobre as incertezas da vida atual, onde existe a necessidade do indivíduo ser autônomo para construir sua liberdade. Esse movimento perpassa pelo culto ao corpo e o desejo de modificá-lo. Nesse processo, onde tudo é veloz, nada é estável, tudo deve estar pronto para consumo imediato, vale experimentar e exercitar outros valores como a satisfação instantânea. Segundo o autor essa mutabilidade condiciona e metamorfoseia todos os aspectos da vida, sobretudo o nosso corpo, apoiado pelas novas tecnologias.

O autor divide o texto em quatro partes. Na primeira, ele trata do “corpo espetáculo e a juventude (quase) eterna”, onde ele sinaliza que a partir do projeto genoma existe uma tentativa científica de tornar o corpo de cada pessoa livre do patrimônio cultural genético. O culto ao corpo se tornou um estilo de vida e o corpo deve ser continuamente turbinado para acompanhar a sofisticação das máquinas. Este corpo que o autor chama de espetacular deve dar adeus à morte. E mesmo a ciência empenhada em prolongar a vida, envelhecer ainda é inevitável.

Na segunda parte o autor fala da esperança cyborg e as novas eficiências corporais. Segundo ele desde os anos 50 que as experiências de mixar corpo com tecnologias vem se deslocando da ficção para o cotidiano das pessoas. Edvaldo Couto cita Kevin Warnick (1995) que defende a idéia de que como cyborg nossas capacidades humanas evoluirão tecnologicamente, serão ampliadas, poderemos ter mais possibilidades de memória ou de processamento de informações, capacidades extra-sensorial, habilidade de nos comunicar ou operar máquinas com o pensamento.

Na terceira parte o autor fala sobre a engenharia de tecidos e as novas mutações corporais, explicando que os cuidados com a revitalização da aparência não são separados dos cuidados com tudo aquilo que dentro do corpo vive protegido pela pele.

Para o autor o corpo se tornou o lugar ideal para todo tipo de experimento da biotecnologia, investimento da economia de mercado e o principal objeto de consumo no capitalismo avançado. Fica evidente na quarta parte do texto que os usos e abusos no hipermercado do corpo são sutis e imprecisos.

Na quinta e última parte, “ uma estética para corpos mutantes”, Edvaldo Couto enfatiza que de modo geral os corpos já existentes são vistos como problemáticos, deficitários e precisam ser dinamizados, potencializados pela tecnociência. Sendo assim, as escolhas supostamente corretas constroem eficiência e, as inadequadas constroem deficiência.

2 comentários:

  1. Muito bom o comentário que você fez sobre o texto de Edvaldo, vou fazer um seminário de sociologia na faculdade sobre esse tema, Você pode me ajudar? abraços pedagógicos.

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  2. meu e-mail é dae.santos@hotmail.com
    Obrigada!!

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